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Depressão Pós Parto

Female hand holding her newborn baby's hand. Mom with her child. Maternity, family, birth

Muitas mulheres se queixam de uma certa tristeza depois que dão à luz. A criança nasceu com boa saúde, o pai está feliz, os avós também. Nada aconteceu de errado, mas ao voltarem com seus bebês para casa, onde tudo foi preparado para recebê-lo, são invadidas por uma espécie de melancolia e até uma certa irritabilidade. Se esse sentimento for passageiro e desaparecer em alguns dias, não há motivo para preocupação.  Ele chega a acometer quase 80% das mulheres. O organismo da mulher passou por verdadeiras revoluções hormonais nos últimos tempos. Durante a gestação, o organismo da mulher esteve submetido a altas doses de hormônios e, tanto o estrógeno quanto a progesterona, agem no sistema nervoso central, mexendo com os neurotransmissores que estabelecem a ligação entre os neurônios. Esses hormônios, no pós parto, caem abruptamente. 

Tristeza, disforia e impaciência, que têm início em geral no terceiro dia depois do parto e dura cerca semana à 15 dias, desaparecendo espontaneamente, é perfeitamente fisiológico. 

Já a depressão pós-parto começa algumas semanas depois do nascimento da criança e deixa a mulher com sentimento de incapacidade ou extrema dificuldade para realizar as tarefas e os cuidados diários com seu bebê por até um ano. 

A depressão pós  parto acomete de 10 a 15% das mulheres e seu risco é maior se a mulher desenvolveu um episódio depressivo anteriormente, mesmo que tenha sido tratada, ou se teve depressão durante a gravidez.

J*, 28 anos, chega em meu consultório com seus filhos no braços e francamente abatida. Diz que sua gravidez foi bastante planejada e, apesar de algumas intercorrências no final da gestação, tudo correu bem e com muito apoio dos familiares. Ela relata que, ao chegar em casa, sentia-se muito cansada. Disse que sentia uma espécie de medo e incapacidade para cuidar do seu filho, observava a respiração dele de minuto a minuto para ver se estava tudo bem, entrava em desespero se ele não dormisse ou chorasse. Seu marido ajudou muito nessa época. Algum tempo se passou e J* estava se acertando com os horários do aleitamento e cuidados com o bebê mas ela se enxergava cada vez mais só e sobrecarregada apesar dos esforços da família, sempre bem presente. Sentia-se exausta mas não conseguia dormir, mesmo quando podia. A irritação era grande e o choro, constante. Nem a evolução da criança, que no começo a deixava feliz, a alegrava mais. Em seu íntimo, questionou-se: “Por que fui ter um filho?”.

Os indícios centrais do problema no pós-parto são os mesmo de qualquer depressão : perda de motivação e prazer, além de uma sensação permanente de vazio, angústia, irritabilidade e melancolia. No caso da depressão pós parto a falta de vitalidade e a presença de pensamentos negativos torna a tarefa de cuidar do bebê mais difícil do que já é, causando sofrimento extra.

Pode haver sensação de incapacidade e até desinteresse pela criança. Nesses casos, por um tempo, o parceiro, familiares ou  cuidadores terão o importante papel de garantir que o bebê receba atenção, afeto e os cuidados necessários 

Alguns sinais comuns na depressão pós parto são: 

  • Tristeza constante, especialmente na parte da manhã e/ou à noite;
  • Sensação de culpa e de responsabilidade por tudo;
  • Irritabilidade e impaciência;
  • Vontade de chorar o tempo todo;
  • Exaustão permanente, mesmo quando consegue descansar um pouco;
  • Dificuldade de se divertir, sorrir e relaxar;
  • Sensação de não conseguir lidar com as circunstâncias da vida;
  • Enorme ansiedade em relação ao bebê  e busca constante por garantias, por parte de profissionais de saúde, de que ele está bem;
  • Preocupação com sua própria saúde, possivelmente acompanhada pelo temor que alguma doença grave a acometa;
  • Falta de concentração;
  • Sensação de que o bebê é um estranho e não seu filho;
  • Pensamentos negativos demais em relação a você ou ao bebê;
  • Vontade de fugir, de sumir.

O tratamento é feito com antidepressivo e psicoterapia, sem levando em conta o momento da mulher, suas necessidades e o desejo ou não de aleitamento.  Avaliamos juntas o risco-benefício e encontramos a melhor e mais segura farmacoterapia. 

Se você está se sentindo com J* ou conhece alguém assim, não negligencie essa situação. Depressão pós parto é grave e pode trazer sérias consequências. 

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